De acordo com dois novos estudos de grande escala realizados nos Estados Unidos e na Itália e publicados no periódico médico britânico “The BMJ”, consumir muitos alimentos ultraprocessados aumenta significativamente o risco de câncer colorretal em homens e pode levar a doenças cardíacas e morte precoce tanto em homens quanto em mulheres.
Os alimentos ultraprocessados abrangem uma variedade de produtos, como sopas pré-embaladas, molhos, pizza congelada, refeições prontas, além de comidas prazerosas em geral, como cachorros-quentes, salsichas, batatas fritas, refrigerantes, biscoitos comprados em lojas, bolos, doces, rosquinhas, sorvetes e muito mais.
Marion Nestle, professora emérita de nutrição, estudos alimentares e saúde pública da Universidade de Nova York, destacou que há literalmente centenas de estudos que relacionam os alimentos ultraprocessados à obesidade, câncer, doenças cardiovasculares e mortalidade em geral.
Um dos estudos examinou as dietas de mais de 200 mil homens e mulheres ao longo de até 28 anos e encontrou uma ligação entre alimentos ultraprocessados e câncer colorretal em homens, mas não em mulheres. O consumo de carnes processadas e ultraprocessadas, como presunto, bacon, salame, cachorro-quente e carne enlatada, também tem sido associado a um maior risco de câncer colorretal.
O novo estudo descobriu que todos os tipos de alimentos ultraprocessados desempenharam um papel no aumento do risco de câncer colorretal em homens. Especificamente, os homens com o maior consumo de alimentos ultraprocessados tiveram um risco 29% maior de desenvolver câncer colorretal em comparação aos que consumiram menos desses alimentos. Essa associação permaneceu mesmo após levar em consideração o índice de massa corporal ou a qualidade da dieta.
As razões para a diferença de risco de câncer colorretal entre homens e mulheres ainda não são completamente compreendidas, mas podem estar relacionadas aos diferentes papéis desempenhados pela obesidade e hormônios sexuais e metabólicos em cada gênero.
Outro estudo acompanhando mais de 22 mil pessoas por uma dúzia de anos na região de Molise, na Itália, revelou que os alimentos ultraprocessados desempenharam um papel primordial no aumento do risco de morte precoce, especialmente por doenças cardiovasculares. Esses alimentos são caracterizados por formulações industriais prontas para comer ou aquecer, com poucos ingredientes integrais e ricos em açúcar, sal e aditivos químicos.
Portanto, é recomendado evitar alimentos ultraprocessados e, em vez disso, focar em uma dieta rica em alimentos não processados e saudáveis, como frutas, vegetais e legumes, para prevenir o câncer, obesidade e doenças cardiovasculares.